quinta-feira, 29 de julho de 2010

Som

Se tuas asas fizessem som,
seriam doces penas brancas,
suavidade no imenso azul,
sopro do belo, do blue,

Som de mãe é a melhor coisa,
de filho que te chama,
de pai que te encanta,
de amor de amigo, te levanta,

Sensível é teu silêncio,
quietude da montanha,
te contemplo junto ao vento,
ao pé do ouvido, relembro,

Som do "meu amor" que faz bem,
samba da raiz do meu melhor,
que alcancemos o céu,
com cadência tirar teu véu,

que som tem as nuvens?
que som tem Deus?
meu primeiro instinto,
é a natureza o divino,

quente, efervescente,
melodia adjacente,
do teu sorriso,
tua gargalhada contente,

o som do sentimento maior,
é leve, forte ou sereno?
não sei, só sei que liberta,
de tudo e de todos, minha descoberta,

gosto de ti, som,
nos anjos sopranos,
na voz feminina que acalma,
cala meus lábios, me abraça,

Envolvente dom é água,
é bolha de sabão,
brincadeira de criança,
e eu, adulto, por que não?

cascata de ondas e ritmo,
me faz feliz ao te apreciar,
brilha minh`alma,
acaba, e me deixa no ar...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O ego e o mar

De javu de busca já tive,
esqueci alguma coisa, não lembro,
talvez perdi ou deixei,
meus sentimentos alienei,

de tanto planejar me cansei,
pra ser alfa ou beta,
agressivo ou romântico,
nos dois polos desse cântico,

tarde de sol, de forte areia branca,
deitado na calçada sem relógio,
pra desapegar do tempo que deixei,
ou do presente que ainda não ganhei,

olho pro teu espelho e vejo,
meu rosto com muito zelo,
imenso e sábio pra entender,
o por quê do meu querer ser,

de força arredia, extremista,
ego malvado, líder nato,
escalibur de desejo, corte afiado,
não tem medo, muito menos educado,

complexo, sem nexo, sou no mar,
no meu próprio pensar,
não me maltrato, apenas escuto,
o eco do meu coração, na concha de platão,

de todos animais selvagens,
o homem jovem é o mais difícil de domar,
já tentei, me debrucei e rolei,
agarrei teu pescoço, mas cansei,

Ressaca de verão, ímpeto cruel,
tu explodes na rocha das memórias,
na inquietude da imaginação,
para e escuta o mar...teu "eu" na imensidão!