quarta-feira, 28 de abril de 2010

Lucidez

Às vezes eu tenho momentos de lucidez. E pra ser sincero, na atual fase, eles têm sido muitos. Digo da lucidez verdadeira, a espiritual, não a que nós entendemos por não embreaguez, mas por aquela que faz você descobrir a sí mesmo.

Cheguei a conclusão que "fui" consumista. Parando para analisar vejo que o consumo exagerado nada mais é do que um apelo da alma. Na verdade queremos poder, que certas coisas nas nossas vidas andem do jeito que entendemos por certo --longe do verdadeiro certo. Que minha mãe pare de me "encher a paciência", que eu consiga o emprego que quero, ou ainda que ela diga "sim" pra ir ao cinema. Mas como não conseguimos nada disso temos que sentir que temos o poder, que controlamos nossa vida. Para o ser humano não há nada pior do que a instabilidade de não saber o que vai acontecer, o próximo passo --será que vamos fechar o contrato? Será que vamos conseguir um apartamento para alugar?

Essa ânsia, se canalizada para o lugar certo, pode gerar grandes dividendos. O controle deve ser interno, mesmo por que, não controlamos nada, a não ser nós mesmos --não se iluda. Se por minha vontade, eu estaria na NBA. Mas felizmente estou onde estou e muito feliz. A lucidez, a verdadeira, nos leva além do que enxergamos com nossa ínfima visão.

Poder! Poder! Pra que se tudo já me é dado? Não preciso competir. A certeza absoluta de que "o que é do homem o bicho não come" é uma verdade dificil de ser alcançada pela maioria das pessoas. Como eu vejo pessoas batendo a cabeça, nossa! Poder sobre o outro é fácil, quero ver o auto controle na hora do aplauso, na hora da raiva. Posso exercer meu poder de inúmeras formas, domando meu ego e entendendo que existe uma "fila" e que nela, a necessidade dos outros é muito maior que a minha. Não posso reclamar que meu sapato está apertado se tem gente que não tem pé.

Essa lucidez espiritual e o auto controle são imprescindíveis para entender melhor nossa vida e o porque estamos aqui.

domingo, 25 de abril de 2010

Deepest voice

Who Am I if not a constant reminder of the push for greatness within my weaknesses and hope? I am the constant doubt of what ought to be, what is allowed or meant to happen.

In reason I shall be punished for not shutting the voice of my deepest dreams.
But not living for a dream is not worth living. But why reason, when it bears the unknown for what is might not be, and what ought to be already is...in my dreams.
May my impotency be ended together with my fears, and if worth living Your way, with pure heart I ask you to free my spirit and let me give action to Your voice -- the one that keeps me awake.

Because the voice inside of me is nothing more than your voice, thus I am the expression of your greatness in all forms, and for that no other force may imprison it, though my deepest voice is nothing more than one more of your miracles!

10/2006 - Felipe Figueira

Brisa

Brisa é loco, é lenta e é limpa,
quem não gosta de Brisa?
Leva os ventos de bondade e alegria,
que Deus te abençoe,
e que você continue pura e singela como teu nome,
que inspira meu pensar,


Se todos fossem como Brisa,
levaríamos a amizade a todos os cantos do mundo,
atravessaríamos continentes e oceanos,
bailando pelas montanhas,
nos refrescando nos riachos,
e nos aquecendo no solo abundante,
fluindo livres e sem limites,

Temos que ser como a brisa,
que nada teme e que sempre encontra uma fresta
pra que possa alcançar e refrescar,
àquele que precisa de carinho,
nessa tarde de rede e verdes,
de paisagem tranquila,
que a brisa leve toca meu rosto,
e traz o cheiro da mangueira no quintal,

Brisa ou brisa,
brinca com o botão
que brota da bromélia

mas não deixa de trazer o perfume,
que tanto preciso,
no tocar da minha pele na tua,
na maciez que me suaviza,
dentre trancos e troncos,
que tentam atravessar meu trânsito,

leva tua leveza,
aos loucos leitores,
que a beira dos lindos lagos,
leem livros de Letícia,
e que esses leigos logo possam receber,
o leve toque dos teus leves lábios.
4/2007- Felipe Figueira

Uma nova chance

Cada instante uma nova chance,
um novo milagre,
de fazer o velho ficar novo,
e fazer tudo de novo,

cada pingo d'água,
cada olhar,
cada noite em meus braços,
o desejo de te amar,

é assim que levo a vida,
sem me preocupar,
porque sei que o destino,
há de me libertar,

porque aprecio cada momento,
em sua companhia estar,
e mesmo que a folha seca o vento levar,
minha paixão com ela não irá,

pois que minha vida se abre no teu olhar,
a cada milagre que é contigo estar.
4/2007 - Felipe Figueira

A parábola da Figueira

Além da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si") é a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome. Para mim, a menção da figueira já nas primeiras páginas da Bíblia (ao lado de inúmeras outras árvores paradisíacas criadas por Deus, cujos nomes não são citados) é uma gloriosa figura da eleição de Israel: "...o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra" (Dt 7.6).

Em 2 Reis 20.5-7 o Senhor diz ao Seu profeta Isaías: "Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde."

Os botânicos descrevem a figueira da seguinte maneira:

– "Tem tronco retorcido com casca clara". Em si mesmo, Israel é torto e rebelde, mas resplandece por meio de Jesus Cristo. Tive que pensar em Moisés, que em si mesmo também era "torto". Mas quando retornava do encontro com Deus, "a pele do seu rosto resplandecia" (Êx 34.29).

– "A ramada se estende em todas as direções e tem folhas com cinco pontas". Israel se tornou salvação para todos os povos. O Evangelho foi anunciado primeiramente em Jerusalém, Samaria e Judéia, mas depois, partindo de Israel (figueira), – para todas as direções, para todos os povos. Folhas com cinco pontas: cinco é o número da graça. Uma pasta de figos foi colocada sobre a parte enferma do corpo de Ezequias e ele foi curado. Jesus teve cinco ferimentos que se tornaram a salvação do mundo.


Assim, finalmente tudo converge na gloriosa promessa de Miquéias 4.4: "Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse" (compare também Ageu 2.19). O sentar-se debaixo da videira e da figueira é uma maravilhosa imagem de uma vida em paz assegurada. Agora ainda não é assim, mas Israel será levado a isso – no Milênio de Jesus Cristo. Já o reinado de Salomão apontou para o Milênio, onde um dia reinará paz: "Judá e Israel habitavam confiados, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão" (1 Rs 4.25). Isso se cumprirá de maneira completa quando Jesus Cristo voltar ao Seu povo como o Messias de Israel. Por isso oramos: "Maranata – vem Senhor Jesus!" (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)